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beijo-te, Mãe...

Sábado, 14.05.16

 

há dias que têm este condão,

este querer de entrar na gente,

no mais intimo do coração

e fazer sofrer, a alma que muito sente...

 

sabes Mãe, lembro quando era pequenino,

também gostei de brincar,

brincadeiras de menino

que eu imaginava e inventava,

e lembro que era franzino,

talvez por isso me isolava

num espaço só meu,

meu território,

um castelo aberto para o céu...

 

havia meninos que riam,

e à distância, penso até que gozavam,

e tu me defendias

como Mãe enorme que sempre foste...

hoje, olho teu rosto, teu andar,

e sei que continuas enorme,

enorme no teu coração,

mas mais débil se precisasses de me amparar...

por isso Mãe, agora é minha vez

em cada vez que o desassossego chegar,

de sentires que estou a teu lado

te protegendo, se preciso lutar,

mesmo que a luta seja desigual...

beijo-te, Mãe...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:48

outra face da história...

Domingo, 22.12.13

 

 

 

como noutros tempos,

tempos que chamaram de  Natal,

abeirou-se de um barraco,

apenas palha e madeira seca,

e com a manta que trazia,

fez um leito, ainda que parecesse mal,

e no canto uma chama, que a aquecia.

 

passavam as pessoas,

espreitavam e murmuravam

"quem seria a desconhecida"??

e ela mantinha-se só, apenas só,

aguardando seu tempo,

um tempo fora do tempo,

porque o tempo, de ninguém tem dó...

 

chegaram as horas da libertação,

da dor, do sufoco,

do desconhecido e da imaginação,

até que gemidos se ouviram,

gritos de criança, tamanha aflição,

que as pessoas ouviram e seguiram

até o interior do barracão...

 

benzeram-se, choraram...

aquela história, sim, era igual à outra,

uma outra que lhes contaram

quando meninas, ainda sem pecado,

e o menino que nascia, podia nem ter pai,

um pai imaculado,

mas um qualquer, sem trabalho, ou do acaso...

 

chamaram o padre da aldeia,

a fanfarra, a bicharada que por ali andava,

e foi tão grande a algazarra

que até o menino sorria...

trouxeram migas de vinho, canja de frango,

o menino provava, o menino comia,

e por ali ficaram, noite após noite, dia após dia...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:17

tempos de menino...

Domingo, 03.02.13

 

 

 

 

lembro..ainda era menino,

menino de escola,

numa mão, lancheira com o almoço,

na outra os livros na sacola.

 

e este menino sonhava

(coisas que já não lembra),

e a mãe que da vida era escrava,

o pouco que tinha, o pouco lhe dava.

 

mas tudo tinha uma condição

porque na vida nada vem ter à mão,

e a caneta que ele tanto queria,

haveria de vir, na venda do que a terra dava.

 

e como ele ficou contente...

a caneta comprada na mercearia da aldeia,

era nova, de tinta permanente,

e vinha ainda em caixinha de cartão...

 

Não sei se muito escreveu

ou se deixou de escrever por falta de tinta,

mas na alma do menino que cresceu,

o desejo de escrever nunca mais acabou...

 

e hoje ele recorda com saudade

dos tempos que ser menino é ser grande.

porque vê toda a vida à sua frente...

 

o menino hoje já não usa caneta,

nem cadernos de linhas com muita vaidade,

o menino hoje, escreve para muita gente...

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 20:26

Porque é Natal....

Sexta-feira, 21.12.12

 

 

 

 

Andam soltas as pessoas...

sorriem, beijam...até dão presentes.

na sua alma, vejo que são boas

e de tão boas, ficam contentes...

 

passa na rua um pobre desconhecido,

quem é? ninguém conhece...

pouco importa,  tem aspecto de bandido

e logo, logo, o pobre se esquece...

 

Piscam luzes nas janelas,

nas árvores, na torre da igreja,

se eu pudesse, queria ser uma delas

e a lua escureceria de inveja.

 

no altar da Igreja, o Deus menino,

está nu o pobrezinho...

faço-me de criança, ainda com tino,

e lhe ofereço ramo de azevinho...

 

sorrio para ele, ele sorri para mim

eu sei, a prenda tem pouco valor

e eu a roubei de um jardim,

mas ninguém viu.. só o Deus Maior

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:24

CANÇÃO DE EMBALAR

Quarta-feira, 03.12.08

 

 

             (da Net)

Dorme dorme meu menino

que teu sono é pequenino,

deixa-me teus sonhos embalar,

deixa-me teus sonhos embalar...

 

E se em sonhos vier o Papão,

faz-me cara feia de rezingão,

que eu prometo te acordar,

que eu prometo te acordar...

 

Dorme dorme meu menino,

não penses no teu destino,

Não te quero ver chorar,

Não te quero ver chorar...

 

Dorme dorme meu menino

que teu sono é pequenino...

Também eu queria se menino,

Também eu queria se menino...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:09