IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
noite...
sinto o peso da noite em meu corpo
como se fosse algo físico, palpável,
e no entanto não te vejo, noite...
entre a solidão das quatro paredes,
escondo todas as luzes
para não te ver chegar, noite.
assustas-me, como me assustam
todos os meus medos,
os meus segredos,
ou todos os enredos que ainda labutam.
fecho os olhos ...
talvez adormeça com o murmúrio do silêncio
ou com a recordação de um breve olhar...
talvez não deva acordar...
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fria a noite...
é tarde
e fria a noite,
não tenho quem me acoite,
nem alma em frio leito
que me aqueça, onde me deito...
apaguem-se as estrelas
e o luar que me persegue,
estou só, e de tão leve,
que me leve a brisa em manto frio,
e me deixe nos braços d`algum rio.
estou só e a imagem de ti...
pior, invento-te em cada lugar
qual pedra esculpida pelo meu olhar!
foge, foge para o fim do mundo,
paz, quero paz, ainda que por um segundo...
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tão depressa...
depressa se fez noite
e havia tanto por fazer...
depressa se foi a juventude
e tanto ficou por aprender...
depressa chegará o fim de tudo,
sem cumprir as penas, por querer viver...
mas na paz do final dos tempos,
fixarei teu olhar
e partirei, doce encanto, eterno embalar...
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na janela...
a noite chega, devagarinho,
quase sem darmos por ela,
apenas o céu e o infinito,
as estrelas e a lua,
e o pensamento que se perde
no parapeito da janela virada para a rua...
queima-se mais um cigarro,
inventam-se "argolas" no fumo
lançadas no espaço... sem rumo.
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conversas na noite....
de lua luminosa, grande,
são as noites que abraço da minha janela,
tão demorados, quase eternos
os momentos que falo com ela,
antes que o tempo se vá arrepender...
se eu pudesse,
se mandasse no tempo,
cada noite seria um evento
só para te ver assim, luminosa e carente,
mas sou apenas um vagabundo como tu,
espreitando e sonhando,
e assim, sonhando mente
ao coração que pula e sente...
chega o amanhecer,
um raio de luz, um querer mais que querer,
um barco na crista da onda,
para me levar, sem ordem de voltar,
até onde o sonho quiser...
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na noite...
não sei onde nasce a noite
nem o vento
nem a chuva que forte cai
mas deve vir de outro mundo
sem gente,
sem céu, sem lua.
a noite que parou na minha rua,
mete medo
às gentes, aos animais
que ninguém vê
porque se esconderam, em segredo...
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na noite...
http://prosasdeoutono.blogspot.pt/2015/01/na-noite.html
estás só na noite, ouvindo o vento,
a chuva que forte bate na vidraça...
abres um livro, onde lês cada linha do desassossego
como se fosse o ar que respiras,
mesmo sabendo que são iras do medo.
os cigarros queimam-se a cada pensamento,
e a bebida à muito que secou...
sim, estás só na noite e no tempo,
e este conspira contra ti, segreda-me o vento...
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outros aromas...
porta entreaberta,
silêncio na noite
e o brilho das estrelas...
pinto a aguarela
de negro e azul
que só os pássaros vão entender.
cansado,
reclino-me num sofá inventado
e tento adormecer...
estrelas, velai por mim,
não vá o mar me levar
e me deixe naufragar,
por entre os aromas de algum jardim...
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outros jogos...
a cada manhã, chamavam pelo dia,
afastando a noite, as trevas,
chamavam pelos bichos do monte,
pela liberdade das aves.
na fantasia do momento,
esqueciam-se do lugar, do tempo,
do sol que os cobria em tons dourados
como se predestinados, abençoados...
tão loucos, tão sem memória...
perdidos nos jogos de sedução,
não viram chegar a lua, a noite,
e se perderam algures, na escuridão...
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dia de sol...
fez sol, muito sol na minha rua,
mas não vi crianças brincando
nem pessoas de passo apressado...
apesar do sol na minha rua,
já ninguém mora aqui,
ou se moram, talvez nem gostem do sol
e preferem ver à noite a lua...
mas as crianças, a correria das crianças,
trazem-me à memória lembranças
do menino que na rua corria,
e era feliz à noite... quando adormecia...