IN OUT YOU

quando olhavas meus olhos e vias o mar,

dizias que te sentias baloiçar

num barco, em calmas ondas,

navegando num mar sem fim

como sem fim era a paz no meu olhar...

falavas das estrelas, falavas do luar,

falavas do desejo de ser anjo,

e sendo anjo, eu voaria em tuas asas

pelo paraíso que inventaste para nós...

mas os olhos cansam-se no tempo,

e onde vias mar, nasceram nuvens,

castelos cinzentos, ameaçando tempestade...

já não serias anjo, nem terias asas,

e o que seria paraíso, não passam de dunas

onde o mar bravo trai os namorados...

pelos vidros espelhados de minha janela,

não vejo quem na rua passa

nem as cores de que se veste a vida.

pelos vidros espelhados de minha janela,

vejo reflectida a imagem de mim,

os anos passados,

os sonhos adiados,

e um olhar de esperança sem fim...

pudera eu ver os traços da criança que fui,

da juventude que tenazmente

queria deixar para trás...

da maioridade que traria o céu á terra...

se eu pudesse... se eu pudesse,

teria voado para o céu aos dez anos,

teria brincado ás casinhas no paraíso,

e hoje seria Anjo, eterno, sem juízo...

sabes, contaram-me um dia

que no firmamento,

bem dentro do céu,

havia anjos,

anjos como tu e eu...

e no céu, os anjos voavam,

saltitando, cantavam,

estavam no paraíso,

e as flores eram sempre belas,

e as aves faziam ninho nas estrelas.

por vezes passeavam-se o sol e a lua,

abraçados, ou de mão na mão,

e a terra ficava escura

quando o sol sobre a lua,

davam asas à paixão...

um dia, se me deres asas,

também quero voar ao céu,

e meu rosto sobre teu colo

vai adormecer,

porque teu sonho é igual ao meu...

por entre esta vegetação, verde e frondosa,

um ribeiro de águas mansas e livres,

pequenas pedras no seu caminho,

e um som que nos eleva ao paraíso...

queria ser eu margem deste ribeiro,

ou seu leito nos dias de primavera,

quando os gelos se transformam em água,

água límpida, pura, que enobrece a alma...

e embebido desta pura inocência,

ganhar asas ou ser bola de sabão,

e voar ao mundo dos sonhos.. teu coração...

dançam palavras por entre imagens,

encontros e desencontros, momentos,

sensações, misturas de sentimentos...

dançam olhares, sonhos, viagens

no mundo lindo, fascinante, de fantasia...

e neste céu azul da cor de teus olhos,

onde passeiam anjos com corpo de mulher,

atiçam meu querer, este desejo de te ter

em qualquer cume do universo,

em qualquer paraíso ainda por descobrir...

viajo neste mundo de luz, amor e poesia,

onde és flor de mil cores, botão a desabrochar,

és um jardim no mais belo planalto,

e quem te levar, quem teu coração amar,

será feliz, porque das trevas fazes nascer o dia... 

meu amor, meu amor, será miragem

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Contigo os dias cresceram

e até as noites se juntaram a nós

minutos, horas , dias, não estávamos sós...

Da claridade seguia a noite

da semana seguia o mês

tudo passava sem darmos por isso

tudo passava nos corações apaixonados...

Um dia partiremos num barco sem leme

sem remos, sem mastros e bandeiras

as estrelas e a lua por companheiras,

o sol fiel testemunha de nosso amor

nada nem ninguém em redor

um dia chegaremos ao Paraíso Maior...

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Como é lindo aqui viajar,

neste pais de terra e mar,

onde em cada vila ou aldeia,

em cada monte, cada planície,

há um mundo a descobrir,

há um povo, uma superfície,

tanto pinhal, tanto mar...

Gente que fala o que eu falo,

gente que ri chora e sofre...

É um povo que mostra calo

nas mãos do trabalho árduo...

E é este povo de que gosto tanto,

alegre, acolhedor, inocente,

que às vezes não tratam por "gente"...

Mas é lindo aqui viajar,

neste pais de terra e mar,

onde me escondo no arvoredo,

onde saio à noite sem medo,

onde passeio no imenso areal,

e o mar vem até mim...sem fazer mal...

Este é o meu Paraíso real...........

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Nascemos cegos para a vida,

e crescemos a sonhar...

Nossos olhos, o pensamento,

vai-se abrindo, acompanhando o tempo,

e num ápice, todo é novo...novo despertar...

Abrem-se os olhos, abre-se o mundo,

e na inocência perde-se o puro,

a castidade, valor seguro (?)....

E o que era paraíso, virou tentação

nos sonhos, sonhos de menino...

Os sonhos na palma da mão

são agora molhados, em desatino,

aguardando a ocasião....

Crescemos a sonhar,

Vivemos a sonhar,

e em cada dia, nova ilusão

de que o Paraíso é já ali,

Mas o Paraíso morreu na criação...

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Um destes dias em que vim mais cedo para casa, resolvi dar umas voltas pelo meu jardim, e inteirar-me do porquê de tanta azáfama da passarada.

Não consegui  "entrar" no meio da folhagem de todas as árvores, mas na tangerineira, nos azevinhos, nas cameleiras e na magnólia, (para além das duas gaiolas enormes, vazias e portas sempre abertas), encontrei cerca de 8 ninhos. Uns mais pequenos e outros bem maiores (dizem-me que é de melros).

Mas é tanta a "barulheira" aqui na zona, tanto piar...E os melros?? lindo cantar os deles. Já os tive cativos em gaiola, mas prefiro que todos os anos me venham fazer companhia, aqui neste meu jardim quase à beira mar plantado.

E quando pelos seus ninhos passo, quer em limpeza de jardim, quer somente apreciando toda esta envolvência tão verde e ao mesmo tempo tão colorida e cheia de vida, como dizia, quando por eles passo, é vê-los tão aflitos, tão nervosos, tão chilreantes, parecendo terem medo que lhes faça algum mal.

Será que mereço todo este paraíso aqui à minha volta, toda esta companhia, toda esta vida??

Penso que sim...eu faço parte desse paraíso...

                                                   (da net)

Na pacatez de mais um dia,

o sol me chama para companhia.

Como sabe bem nada fazer...

Fecho meus olhos e deixo o mundo correr,

não sei de guerras ou confusões,

meu paraíso não tem convulsões...

A Paz um dia entrou,

sentiu-se bem, por aqui ficou...

O sol aquece-me o corpo, a alma...

Em silêncio te agradeço Meu Deus,

por este dia, pela natureza calma

onde reina a harmonia,

nem vento, nem nuvem a pairar,

só o Sol e o silêncio por companhia.

Anjos, toquem música celestial,

Eu estou no céu, paraíso final,

não me deixem acordar,

tenho medo de acordar.

E enquanto o sol brilhar.

fecho meus olhos, deixai-me sonhar...