IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
Nobre Povo...
Sinto-me velho, cansado, e de dor é o meu rosto...
Nas costas, derreadas pelo tempo, carrego o povo,
estes milhões que espreitam pelas janelas, sós,
ou vagueiam moribundos pelas ruas de ninguém...
Nas minhas costas vai um povo adormecido,
um povo que anseia a revolta, um líder querido,
um gigante, que de forma triunfante, grite:
"tirem-nos os dedos, os anéis, mas este povo jamais será vencido"
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Apocalypse
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Ouçam...ouçam as vozes,
os murmúrios,
ou o silêncio de quem passa...
É o meu povo que na desgraça
se amordaçou, perdeu a graça...
Triste país o meu,
triste a história para contar,
assim como o rei desapareceu
no nevoeiro de além mar,
sobre nós desceu o breu do céu...
Ergam-se cavaleiros da desordem,
avancem soldados na pilhagem,
que outros roubaram o que não era seu...
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O meu País
O meu país é lindo, lindo de morrer,
onde o sol brilha, e se esconde por prazer...
Tem paisagens verdes como o mar que o banha,
tem planícies douradas, do trigo para a apanha,
tem videiras mil que nos vão dar de beber...
O meu país é pequenino, quase província de outro estado,
tem gente importante, corruptos quanto baste,
tem gente conversando ou dormindo à janela...
É um país pequenino...mas de contraste,
é um país que parece uma favela...
E neste país, lindo de morrer,
muitos fogem, procurando outro país...
Muitos vêm, trazendo o que ninguém quer...
Este país, já não tem filhos de raiz,
é um paraíso para quem quiser.
Parece que tudo está a saque,
e o pobre, a quem roubam o pouco que tem,
em sonhos se veste de fraque,
em sonhos julga-se alguém,
pobre deste povo humilhado e sem vintém....
E no entanto, o povo está sereno,
confia sempre num dia melhor,
até o dia em que com a cabeça num cepo,
lhe vão roubar o sangue, cantando em dó maior,
o vão sugar, o vão lançar ao fogo tentador...
Ai este meu país lindo de morrer,
povo afável, acolhedor, sem algum mal...
Quem quer adivinhar, quem vai concorrer,
quem vai dar nome pomposo, irreal,
a este cantinho (eu ajudo)...que é Portugal??
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Eu sou do POVO
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Sou de um povo cantador,
cantador de fado, de amor...
E eu não sei cantar,
ou sequer cantarolar...
Minha voz desafina,
e até desanima
quem está a meu lado...
Ai que triste fado...
Mas ao som da melodia,
nasce em mim alegria
para dançar,
e todo o povo a acompanhar...
Venha então o refrão,
o mote da canção,
sapatos batendo no chão,
se a música é do malhão.
Mas se é guitarra gemendo,
e uma voz se erguendo,
o silêncio é total...
O fado é sentimental...
Meu país é alegria, encanto...
Povo sofredor, em desencanto...
Povo eternamente sonhador,
que um dia virá o salvador...