Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Nobre Povo...

Sexta-feira, 25.03.11

 

 

Sinto-me velho, cansado, e de dor é o meu rosto...

Nas costas, derreadas pelo tempo, carrego o povo,

estes milhões que espreitam pelas janelas, sós,

ou vagueiam moribundos pelas ruas de ninguém...

Nas minhas costas vai um povo adormecido,

um povo que anseia a revolta, um líder querido,

um gigante, que de forma triunfante, grite:

"tirem-nos os dedos, os anéis, mas este povo jamais será vencido"

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 22:27

Apocalypse

Segunda-feira, 18.10.10

 

http://www.nickklopper.com/the-four-horsemen-of-the-apocalypse.jpg

 

 

Ouçam...ouçam as vozes,

os murmúrios,

ou o silêncio de quem passa...

É o meu povo que na desgraça

se amordaçou, perdeu a graça...

 

Triste país o meu,

triste a história para contar,

assim como o rei desapareceu

no nevoeiro de além mar,

sobre nós desceu o breu do céu...

 

Ergam-se cavaleiros da desordem,

avancem soldados na pilhagem,

que outros roubaram o que não era seu...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 21:32

O meu País

Terça-feira, 25.05.10

 

 

O meu país é lindo, lindo de morrer,

onde o sol brilha, e se esconde por prazer...

Tem paisagens verdes como o mar que o banha,

tem planícies douradas, do trigo para a apanha,

tem videiras mil que nos vão dar de beber...

 

O meu país é pequenino, quase província de outro estado,

tem gente importante, corruptos quanto baste,

tem gente conversando ou dormindo à janela...

É um país pequenino...mas de contraste,

é um país que parece uma favela...

 

E neste país, lindo de morrer,

muitos fogem, procurando outro país...

Muitos vêm, trazendo o que ninguém quer...

Este país, já não tem filhos de raiz,

é um paraíso para quem quiser.

 

Parece que tudo está a saque,

e o pobre, a quem roubam o pouco que tem,

em sonhos se veste de fraque,

em sonhos julga-se alguém,

pobre deste povo humilhado e sem vintém....

 

E no entanto, o povo está sereno,

confia sempre num dia melhor,

até o dia em que com a cabeça num cepo,

lhe vão roubar o sangue, cantando em dó maior,

o vão sugar, o vão lançar ao fogo tentador...

 

Ai este meu país lindo de morrer,

povo afável, acolhedor, sem algum mal...

Quem quer adivinhar, quem vai concorrer,

quem vai dar nome pomposo, irreal,

a este cantinho (eu ajudo)...que é Portugal??

 

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 22:01

Eu sou do POVO

Domingo, 11.10.09

 

https://1.bp.blogspot.com/__kD_XMen5Qs/R4SvPyY7wUI/AAAAAAAAAP8/B8jrA-f0k9k/s400/RANCHO.JPG

 

Sou de um povo cantador,

cantador de fado, de amor...

E eu não sei cantar,

ou sequer cantarolar...

Minha voz desafina,

e até desanima

quem está a meu lado...

Ai que triste fado...

 

Mas ao som da melodia,

nasce em mim alegria

para dançar,

e todo o povo a acompanhar...

 

Venha então o refrão,

o mote da canção,

sapatos batendo no chão,

se a música é do malhão.

 

Mas se é guitarra gemendo,

e uma voz se erguendo,

o silêncio é total...

O fado é sentimental...

 

Meu país é alegria, encanto...

Povo sofredor, em desencanto...

Povo eternamente sonhador,

que um dia virá o salvador...

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 15:54