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outra face da história...

Domingo, 22.12.13

 

 

 

como noutros tempos,

tempos que chamaram de  Natal,

abeirou-se de um barraco,

apenas palha e madeira seca,

e com a manta que trazia,

fez um leito, ainda que parecesse mal,

e no canto uma chama, que a aquecia.

 

passavam as pessoas,

espreitavam e murmuravam

"quem seria a desconhecida"??

e ela mantinha-se só, apenas só,

aguardando seu tempo,

um tempo fora do tempo,

porque o tempo, de ninguém tem dó...

 

chegaram as horas da libertação,

da dor, do sufoco,

do desconhecido e da imaginação,

até que gemidos se ouviram,

gritos de criança, tamanha aflição,

que as pessoas ouviram e seguiram

até o interior do barracão...

 

benzeram-se, choraram...

aquela história, sim, era igual à outra,

uma outra que lhes contaram

quando meninas, ainda sem pecado,

e o menino que nascia, podia nem ter pai,

um pai imaculado,

mas um qualquer, sem trabalho, ou do acaso...

 

chamaram o padre da aldeia,

a fanfarra, a bicharada que por ali andava,

e foi tão grande a algazarra

que até o menino sorria...

trouxeram migas de vinho, canja de frango,

o menino provava, o menino comia,

e por ali ficaram, noite após noite, dia após dia...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:17

O Meu Presépio

Sábado, 10.12.11

 

 

Simples e tão belo

o presépio que ergui...

Barraquinha de musgo coberta,

paredes de tábuas furadas,

sem chão, sem janela,

e com porta sempre aberta.

O menino Jesus em palhas deitado,

nu, sorrindo e com as pernas cruzadas...

A  seu lado, Maria e S.José,

os animais por companhia...

Bem no alto, o Anjo

e uma estrela que alumia.

De fora, os Reis Magos em adoração,

com presentes em cada mão.

O presépio que ergui,

não é de prata nem de ouro,

nem será nenhum tesouro,

mas gosto de o ter aqui....

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:23