IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
outra face da história...
como noutros tempos,
tempos que chamaram de Natal,
abeirou-se de um barraco,
apenas palha e madeira seca,
e com a manta que trazia,
fez um leito, ainda que parecesse mal,
e no canto uma chama, que a aquecia.
passavam as pessoas,
espreitavam e murmuravam
"quem seria a desconhecida"??
e ela mantinha-se só, apenas só,
aguardando seu tempo,
um tempo fora do tempo,
porque o tempo, de ninguém tem dó...
chegaram as horas da libertação,
da dor, do sufoco,
do desconhecido e da imaginação,
até que gemidos se ouviram,
gritos de criança, tamanha aflição,
que as pessoas ouviram e seguiram
até o interior do barracão...
benzeram-se, choraram...
aquela história, sim, era igual à outra,
uma outra que lhes contaram
quando meninas, ainda sem pecado,
e o menino que nascia, podia nem ter pai,
um pai imaculado,
mas um qualquer, sem trabalho, ou do acaso...
chamaram o padre da aldeia,
a fanfarra, a bicharada que por ali andava,
e foi tão grande a algazarra
que até o menino sorria...
trouxeram migas de vinho, canja de frango,
o menino provava, o menino comia,
e por ali ficaram, noite após noite, dia após dia...
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O Meu Presépio
Simples e tão belo
o presépio que ergui...
Barraquinha de musgo coberta,
paredes de tábuas furadas,
sem chão, sem janela,
e com porta sempre aberta.
O menino Jesus em palhas deitado,
nu, sorrindo e com as pernas cruzadas...
A seu lado, Maria e S.José,
os animais por companhia...
Bem no alto, o Anjo
e uma estrela que alumia.
De fora, os Reis Magos em adoração,
com presentes em cada mão.
O presépio que ergui,
não é de prata nem de ouro,
nem será nenhum tesouro,
mas gosto de o ter aqui....